O novo episódio da série do Hospital Adventista de Belém aborda os desafios e as consequências do estigma relacionado à saúde mental.
Dando continuidade à série sobre saúde mental em apoio à campanha Janeiro Branco, será publicado nesta quarta-feira o segundo episódio, que discute um tema de grande relevância: o estigma relacionado às doenças mentais no Brasil. Este episódio é parte de uma sequência de três reportagens com dicas práticas para transformar o cuidado com a saúde mental no ambiente de trabalho, promovendo a conscientização e o bem-estar dos colaboradores.
O primeiro episódio, publicado na semana passada, abordou a relação entre saúde mental e religiosidade, destacando como a confiança em Deus contribui para a resiliência emocional e ajuda a reduzir a ansiedade e o medo. Essa temática foi apresentada com base na série Virtudes Eternas: Um Chamado à Vida Cristã , dirigida pelo Dr. Edgar Sobrinho no Hospital Adventista de Barcarena.
Doença mental e estigma
Este segundo episódio da série explora o impacto do estigma enfrentado por pessoas com doenças mentais, destacando suas consequências e apontando caminhos para eliminá-los. De acordo com um estudo realizado pela OMS em 2017, cerca de 18 milhões de brasileiros convivem com algum tipo de distúrbio mental. Segundo o Ministério da Saúde, o estigma associado aos transtornos mentais dificulta o acesso ao tratamento, a recuperação e a reabilitação das pessoas que convivem com essas condições.
Além disso, a discriminação pode gerar impactos tão prejudiciais quanto a própria doença, agravando a qualidade de vida dos indivíduos. Por essa razão, o combate ao estigma é considerado essencial para garantir melhores condições de vida para quem enfrenta problemas de saúde mental.
Quais são os exemplos de estigma da doença mental?
Com base em informações publicadas pelo Ministério da Saúde, o medo, a incompreensão e os preconceitos são fatores que alimentam o estigma, contribuindo para a exclusão social e a discriminação enfrentadas por aqueles que lidam com condições de saúde mental. Compreender quais são essas barreiras é essencial para construir um ambiente mais justo e acolhedor. Exemplos de estigma de doença mental incluem:
- Quando as pessoas fazem comentários como “Você é louco”, “Ela é esquizofrênica” ou “Você não pode estar deprimido; você é tão feliz”.
- Outros exemplos incluem quando uma pessoa com doença mental é ridicularizada ou chamada de fraca por procurar ajuda.
- O estigma geralmente envolve estereótipos incorretos. Pessoas com doenças mentais podem ser consideradas ‘assustadoras’, ‘cômicas’ ou ‘incompetentes’.
- Uma pessoa com ansiedade pode ser rotulada como fraca em vez de ter uma doença, e algumas pessoas podem acreditar que elas podem simplesmente “sair dessa”. Pessoas que vivem com esquizofrenia podem ser chamadas de violentas.
Ao perpetuar atitudes negativas, o estigma não apenas prejudica o bem-estar emocional das pessoas afetadas, mas também cria obstáculos significativos à construção de comunidades mais compreensivas e solidárias.

Como o estigma afeta pessoas com doenças mentais?
De acordo com um artigo publicado na Revista Médica de Minas Gerais em 2015, o estigma pode levar uma pessoa a ser tratada de forma diferente e excluída de experiências que a maioria da sociedade considera normais. Esse processo inclui rotulá-la devido à sua condição de saúde mental, aumentando as chances de enfrentar discriminação.
Os efeitos de ser tratado de maneira desigual podem intensificar sentimentos de isolamento e agravar a condição mental. Para muitas pessoas, lidar com o estigma e a discriminação é ainda mais desafiador do que enfrentar a própria doença mental. Além disso, essas situações podem gerar vergonha ou constrangimento, o que frequentemente as desmotiva a buscar tratamento. Como consequência, elas podem:
- Sentir-se discriminadas;
- Perder oportunidades de trabalho ou acesso à moradia;
- Ser vítimas de bullying ou exclusão social;
- Sofrer violência;
- Sentir-se indignas de aceitação ou apoio.
Para enfrentar esses desafios, o Serviço Especializado em Engenharia de Segurança em Medicina do Trabalho (SESMT) da Rede Adventista de Saúde/PA se destaca ao oferecer suporte especializado para aqueles que enfrentam períodos de adoecimento mental ou convivem com transtornos psicológicos.
A equipe, formada por médicos, enfermeiros e psicólogos, trabalha em sinergia para identificar, acompanhar e oferecer o suporte necessário para a recuperação e o bem-estar emocional dos colaboradores. Além do atendimento individualizado, o SESMT promove iniciativas preventivas, como palestras e campanhas de conscientização, que incentivam a reflexão sobre a importância da saúde mental no ambiente de trabalho.
Esse cuidado vai além do atendimento clínico. O SESMT se empenha em criar um ambiente laboral acolhedor, onde os colaboradores se sintam respeitados e apoiados em suas jornadas. O objetivo é não apenas tratar, mas prevenir o adoecimento mental, fortalecendo a cultura de cuidado e valorização das pessoas.
Com esse compromisso, o SESMT do Hospital Adventista de Belém reforça o papel da instituição como uma referência em promover saúde e bem-estar em todas as suas dimensões, cuidando de quem cuida.